quinta-feira, 9 de agosto de 2012


Eu ainda estranho às vezes me perceber adulta, ainda que seja pela idade, porque pra mim parece que não tá na hora ainda, é violenta essa mudança que cobra tanto e que muitas vezes deixa tantas marcas. Não, eu não morro de saudade da casa da minha mãe, de ser uma menina que só precisava ir pra escola e tentar tirar boas notas (o que eu nunca conseguia) o que acontece é algo muito mais válido; é uma saudade do que eu era quando vivia daquele jeito - como não ser clichê ao falar de sonhos?- e são eles, os meus sonhos que me fazem falta. O mundo real rouba isso da gente, vai fazendo aos poucos pra que não seja facilmente percebido e quando prestamos atenção já foi.
Era uma vez alguém que sonhava.
No meu caso: Era uma vez alguém que sonhava/ Era uma vez alguém que tocava/ Era uma vez alguém que escrevia/ Era uma vez alguém que pulsava.
Eu não tenho pulsação. Exceto quando tenho muito dinheiro pra gastar a toa, gastar dinheiro preenche de forma efêmera e quando o dinheiro acaba, acaba também o sentido das coisas, logo, não há sentido por muito tempo.
Olha só isso: A gente é 'feliz' uma vez por mês e ainda é se enganando. Eita humanidade afortunada!Mundo saudável de relações duradouras e dignas!
Vamos nos conformar com a lama porque pelo menos existe algum vestígio de que aquilo ali tenha sido água limpa um dia.
'Cuidado, pista escorregadia'.