domingo, 29 de dezembro de 2013





E aí Deus mandou o meu unguento

F. C.

Eu levanto para apagar a luz
Contando com tua voz
Para me guiar até a cama;
Minha linda, esqueça,
Eu nunca serei certa
E jamais menos insana.
Estou fingindo normalidade
Para te ver voltar no próximo anoitecer,
Mantenho abafados
A maioria dos meus dramas,
Aceno, cumprimento,
Quase sempre digo "não quero te perder";
Motivo de risos é o que sou pra você,
Sei que sou,
Uma adulta mimada e medrosa
Te amando agora
Mais que à sua própria vida chorosa.
Eu te chamo sem emitir som,
Quero que aprenda todos os sinais,
Nos dias de silêncio absoluto
Eu lembro o teu cheiro,
Mentalizo  nossos planos, desejos reais;
Dormindo nos teus braços eu sonho
Com a eternidade do que agora somos,
Te quero pra sempre, com ou sem medo do fim,
Te quero ao redor e dentro de mim,
Eu assino o papel que me diz ser tua
E me prendo voluntariamente aos teus pés,
Me leva, me ensina, jogue a moeda;
Agora é sorte ou revés.