segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O que sou fui eu mesma quem criou



Me machuco ao pensar
Que talvez precise mesmo me consertar,
Tentando encontrar sentido
Acabo por desfazer sonhos,
Sou um corpo feito de um hoje não vivido.
Tudo que pende de mim
Provém do que não decifro,
São frases não ditas, beijos não dados,
Mágoa guardada pelo que não acredito;
Toda a esperança que alimento
Desagua nos desfechos penosos,
Triste realidade encontrada
Dentro dos amores que eu mesma invento;
Durmo quase sempre frustrada,
Ando quase nunca acompanhada
E vivo cada dia encurralada
Pelo meu próprio tormento...
...Criado por mim
Para que sem culpa
Um dia à minha vida eu acabe dando um fim.

domingo, 29 de dezembro de 2013





E aí Deus mandou o meu unguento

F. C.

Eu levanto para apagar a luz
Contando com tua voz
Para me guiar até a cama;
Minha linda, esqueça,
Eu nunca serei certa
E jamais menos insana.
Estou fingindo normalidade
Para te ver voltar no próximo anoitecer,
Mantenho abafados
A maioria dos meus dramas,
Aceno, cumprimento,
Quase sempre digo "não quero te perder";
Motivo de risos é o que sou pra você,
Sei que sou,
Uma adulta mimada e medrosa
Te amando agora
Mais que à sua própria vida chorosa.
Eu te chamo sem emitir som,
Quero que aprenda todos os sinais,
Nos dias de silêncio absoluto
Eu lembro o teu cheiro,
Mentalizo  nossos planos, desejos reais;
Dormindo nos teus braços eu sonho
Com a eternidade do que agora somos,
Te quero pra sempre, com ou sem medo do fim,
Te quero ao redor e dentro de mim,
Eu assino o papel que me diz ser tua
E me prendo voluntariamente aos teus pés,
Me leva, me ensina, jogue a moeda;
Agora é sorte ou revés.








terça-feira, 24 de setembro de 2013

Degradando


Eu cansei de me enquadrar,
Não tem nada mais que eu queira fazer,
Nada que prenda minha atenção
Ou que me dê um pouco de prazer;
Tudo ofuscado por esse sentimentalismo insistente
Que me faz acordar quase morta
E arrastar-me durante os dias,
Trôpega... Doente...
Quando o efeito do remédio passa,
Voltam as dores e a angústia;
Eu já reconheço a diferença
Do que sou com ou sem eles.
Não tem graça.
Ontem consegui não chorar ao ouvir aquela música,
Estou em treinamento para me tornar uma sádica;
Conseguir ignorar e torturar as pessoas,
Mas pra mim é tão difícil. Resta somente a duvida.
Perdi o tesão por escrever, deve ser a fome.
Viver sem perspectiva de amanhã
Até que não é tão ruim,
Todo o amor que se sentia, some.
É aí que a parte boa começa,
Eu me degradando e sumindo de mim;
Toda essa dor me matando aos poucos...
Sem nenhum pinguinho de pressa.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


Com minha xícara de chocolate gelado no chão do lado da rede escarlate, eu tento administrar minha tortura interna; tão logo amanheceu o dia e veio pungir-me uma certa dor agudíssima que me impede até de respirar direito.
Talvez a falta de descanso tenha bagunçado tanto a minha mente que em certos momentos sentia algo como um "choquezinho' que me fazia piscar muitas vezes pra me reencaixar no tempo e espaço presente.
Eu sangrava. Ainda sangro e como sangro, manchei minha blusa branca de reveillon e sei que esse sangue não sairá nunca, posto que me vesti de sonhos que são adornados por espinhos, escolha sem volta, as consequências não perdoam.